Não sei se TPM. Não sei se sintomas da minha fiel "ciclo(dis)timia". Não sei se vestígios de um passado que não se quer fazer remoto. Eu realmente não sei.
O fato é que ando meio à flor da pele. Culpa de Norah Jones, talvez. Ou da bucólica paisagem do caminho diário para o trabalho. Quem sabe até da própria rotina, que não tem me proporcionado atribulações intrinsecamente motivadoras.
Tudo tem me tocado de uma maneira ímpar. É como se de repente minha sensorialidade se exacerbasse, e cada mínima partícula da minha casca de noz tomasse proporções estratosféricas.
Sinto-me no império das sensações, no sentido mais estrito da palavra.
Uma rosa. Uma folha. Um risinho tímido. Uma lembrança de retrovisor. Um beijo de novela. O vento na cara. Um acorde de violão. Uma música. Um abraço. Êxtase. Pele. Flor.
[...]
Você, em seu estado de pulverização contínua.
Nesta era sensorial, careço de inspiração. O atual estado de fluxo me mantém em constante torpor.
Ausência.
[...]
Pele e flor.