A visão retrospectiva dos fatos os torna banais a ponto de questionarmos seu significado pretérito.
É como se "de cima da pedra" as coisas perdessem o sentido e as repercussões.
O ontem só faz sentido ontem.
E o hoje só se faz idôneo mediante o agora (aquele, efêmero).
As lágrimas, os risos, os sabores.
Os desafios. As vitórias. Os cheiros. As decepções.
Metas. Amigos. Amores.
[...]
Às vezes, o outrora vira saudade.
E saudade se sente do que não se fez outrora.
[...]
Outrora é memória.
Outrora é pretérito.
Outrora é luz.
Outrora é treva.
[...]
O outrora é âmago inóspito.
Outrora é vida.
Vida, por vezes inóspita,
E, de repente, vira outrora.