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domingo, janeiro 21, 2007

Doces insights

Eis que, repente e paulatinamente, como naqueles arroubos surreais de inspiração, tudo dramaticamente começa a fazer sentido.

Aquela aproximação repentina não era de todo despropositada. "Vamos comprar presentes de Natal?"; "Vamos comemorar o aniversário da minha mãe?", convites ungidos da mais pura inocência, são colocações nas quais, transcendendo-se-lhes a peculiar singeleza, subjazem os mais profanos dos instintos humanos (os psicanalistas que me perdoem)...

Não dizem mesmo que tudo na vida tem seu propósito?

Provocar. Essa é a palavra.

Provocar alguém que perderia o chão em conceber a concatenação de dois mundos tão cuidadosamente resguardados em suas singularidades. Entranhar-se nas trincheiras inimigas buscando uma aproximação periclitante a tais olhos. Proporcionar as inquietações mais recônditas n'alma covarde do vil...

Entrelaçamento de enredos macabros, de difícil digestão (escrevo-lhes tomada por profunda náusea). Não seriam os mesmos dignos dos clássicos folhetins mexicanos?

Inocência? Talvez.
A ingenuidade é um atributo humano intrinsecamente efêmero.
Lindo na puerícia. Devastador no passar dos anos.

Os sociopatas estão por toda parte. Eu temo pela minha integridade mental.

Tic. Tac. Tic. Tac.

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