Enfim, o que é ser? Como abordar essa etérea inefabilidade? Ultimamente tenho tido dúvidas acerca do valor de ser o que somos. Apenas carbono e amoníaco? Bah. Talvez menos.
Tomemos por exemplo uma garrafa PET. Múltiplas facetas. Múltiplas utilidades. Versatilidade. Não mais descartável. Não em tempos de aquecimento global.
E nós? Um amontoado de células, rodeado por milhares e milhares de outros amontoados de células. Além, é claro, de um "telencéfalo 'altamente desenvolvido' e um polegar opositor" (tenho minhas reservas quanto aos méritos do telencéfalo, mas não é este o caso).
Hoje não mais somos. Ou somos, mais uma vez (e mais uma vez). Feitos de papel manteiga, de tão facilmente perecíveis. Merecemos tal sorte? Talvez.
Mas ainda acredito na preciosidade semântica das pequenas coisas. Na singularidade de um sorriso. Na doçura de um olhar. Na singeleza de um abraço. Na certeza de reciprocidade da afeição fraternal.
Sou adepta do seguinte axioma: o que nos faz essencialmente humanos é a capacidade de significar e sentir. Acho, de fato, que estamos deixando de ser humanos... Ou temos esquecido de sê-lo.
[...]
Espero que provisoriamente.
Um comentário:
adorei, mesmo
=*
muito bom!
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